domingo, 13 de dezembro de 2009

O Natal ou De: Bianca Para: sua família


Para esta época do ano escolhi dois textos. O primeiro é meu mesmo, escrito no Natal de 2006. O segundo foi escrito por minha sobrinha, Bianca, a filha mais velha de minha irmã Giovana, no Natal de 2008. Peço permissão, porém, para inverter a ordem cronológica e postar, primeiro, o texto de Bia. Porque? Porque primeiro prefiro que vocês entendam o que é o Natal na minha família, ou melhor, que tipo de família é a minha... e o texto de Bia é perfeito para isso. Creio que assim entenderão melhor o meu texto, escrito no Natal mais difícil, estranho e vazio da minha vida. Mas esta é uma outra história... que contarei mais tarde...
Bem, então a vamos ao "primeiro" texto. O de Bia, a menina dos meu olhos. Bianca é muita mais que minha sobrinha... Ela é - como diria Clarissa Pinkola Estés - a minha Khaleh "palavra iraniana com significado de uma intimidade familiar especial e carinhosa ou afinidade psíquica com outra alma. Almas afins que se comunicam muito além das palavras...". Bia escreveu este texto no primeiro Natal que passou longe de nós. Ela tinha, na época, apenas 16 anos e, pelo texto que poderão ler a seguir - e por outros tantos que ainda postarei neste blog - perceberão que ela é realmente especial...

De: Bia
Para: Sua família


"Para mim o Natal nunca significou muita coisa. No fundo, nunca relacionei essa data ao nascimento de Cristo, nem nunca parei pra pensar no sentido que esse dia tem para as pessoas.
Me acostumei com os presentes, os jantares… Em ter todo mundo reunido, em estar com a minha família. E, ter tudo isso, todo ano, me deixou tão mal acostumada que eu nunca parei pra pensar em como seria se, por algum motivo, eu não tivesse isso.
Eu me lembro de todas as mensagens, todas as orações natalinas, todos os discursos em que vocês –vó, vô, tias, tios – tentaram mostrar a importância dessa ocasião, o verdadeiro sentido do Natal e a sorte que a nossa família tem, que eu tenho, em poder se reunir nessa data.
Eu sempre dei muito valor a essas lições, sempre escutei com muito cuidado e realmente achei que entendia tudo isso. Eu achei que tinha aprendido, que compreendia o sentido do Natal, a importância de uma família unida.
Mas a verdade é que só agora, não estando aí com vocês, é que eu realmente entendo. Não é só o sentar ao lado de um conhecido e brindar “a um nascimento que aconteceu dois mil anos atrás". Não é só uma noite de festa e comilança. É a afirmacão constante dos laços que unem a nossa família. É a celebracão do amor que nos mantém unidos, que nos da força, que nos ilumina. O Natal é o nascimento de Cristo em cada um de nós e comemorar isso com quem a gente ama é o maior presente que podemos dar uns aos outros.
Ah, Familia Querida, o que eu tenho pra dizer é tão simples, e ainda assim, me faltam palavras… Me faltam frases, pontos, virgulas, pra descrever a eterna gratidão e o amor incondicional que eu tenho por cada um de vocês. Pra dizer o quanto cada membro dessa familia significa pra mim, pra traduzir o quanto penso em vocês, em TODOS vocês. O que posso fazer é me conformar com a minha falta de talento literário, me conformar em não ser Vinicius ou Chico ou Cecilia e dizer, sem mais floreios, o que quero que vocês saibam:
Eu estou longe de casa há quase cinco meses. Vivo com uma nova familia, e, quando é preciso, me mudo para casa de outra familia por alguns dias. Viajo constantemente com pessoas que conheci por poucas horas, encontro alguém diferente a cada passo que dou. E não teve um minuto, um momento sequer, que tive medo ou que me senti desconfortável.
Não é porque eu não sinta saudades ou seja corajosa. Eu me sinto em casa aqui, como tenho certeza que me sentiria em qualquer outro lugar. Eu me sinto em casa por que eu tenho cada um de vocês comigo a cada passo que eu dou. Eu sinto os laços tão fortes dessa família que eu amo, eu me sinto protegida, amada. Eu me pego agradecendo a Deus por cada dia, por cada membro que compõe essa corrente, essa muralha que me dá força.
Enfim, o que estou tentando falar é: Obrigada. Obrigada por estarem comigo sempre, obrigada pelo simples fato de existirem. Obrigada por todas as broncas, todos os sorrisos, todas as lições, todos os encontros. Obrigada por serem a minha família. E, é, claro:
Feliz Natal!"


3 comentários:

  1. Mari, imagino o quanto sua familia é especial, as histórias que ouço aqui no hotel acho facinante e antes mesmo de ler o que sua sobrinha escreveu eu já era fã dela. rsrsrsrs é engraçado porque parece muito com a reunião da minha familia..que bom que temos essa sorte e dádiva de têr-los conosco. bjs

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