domingo, 13 de dezembro de 2009

De: Mariana Para: Minha família

Temos uma tradição de família que já dura pouco mais de 20 anos. Todo segundo sábado do mês de dezembro nos reunimos em um grande almoço onde estão presentes os filhos, netos, bisnetos, trinetos e mais recentemente até os tataranetos dos pais de minha mãe. Amo estes encontros. São momentos de alegria, renovação e, inevitavelmente, tristezas também... No ano de 2006, em 14 de novembro, João, meu primeiro filho, morreu com 3 anos e meio de idade depois de 10h de cirurgia e uma noite inteira de idas e vindas até o desenlace final...
Foi para este encontro, em 2006, que escrevi o texto a seguir.
Tenho que fazer uma ressalva: neste texto roubei palavras de uma grande AMIGA, Alba Querino. Pouco tempo depois da morte de meu pequeno grande João, ela me presenteou um texto lindo, poético, consolador, uma benção... - prometo postá-lo na intégra em outra oportunidade. Eram palavras tão perfeitas para o meu momento que foi inevitável usá-las....

De: Mariana Para: Minha família

Quero agradecer a Deus por ter nascido nesta família. Nesta família que me ensinou o verdadeiro sentido da vida.
Graças aos ensinamentos desta família eu pude ter a benção de receber sob os meus cuidados o pequeno grande João. Um espírito iluminado que fez parte da minha vida por muito pouco tempo, mas que ficará comigo para sempre...
Se eu não soubesse das verdades que aqui aprendi, eu não poderia ter sido instrumento da vontade do Pai Maior em ajudar João no resgate que ele aqui realizou.
Nestes três anos que João esteve aqui vivi na prática muitos destes ensinamentos. Exercitei o amor sem apego todos os dias e acredito que este é o "grande aprendizado" de nossa vidas. Pois o apego é, para mim, a causa de todo sofrimento humano. Alguém pode dizer, então, que para não sofrer basta apenas não se envolver, não cativar, não cuidar, não amar... Mas sem amor não há felicidade...
Exercitar o amor sem apego foi tudo que fiz nestes três anos... E espero que eu saiba aproveitar esta oportunidade que me foi dada e continue este exercício.
Quero dizer a estas pessoas - que amo muito e que sei que me amam também - que não se preocupem comigo eu tenho o consolo do dever cumprido, de ter dito sim ao amor. E se as vezes estou triste, muito triste... É só saudade...

Como escreveu uma grande amiga:
“...A vida e a morte são amigas, companheiras, ainda que a gente não entenda. Ainda que doa em nosso coração simples. Mas dentro da nossa dor encontramos a Força. Ás vezes, até a nossa paz, paz do dever cumprido, do amor carinhosamente dado, de poder dizer sim à Vida, numa tarefa, missão, algumas vezes árdua. Mas o Mistério nos permite isso: dizer Sim, sem muitas vezes sequer compreender o sentido. Ser instrumentos de uma sinfonia maior. Nós somos muitas vezes a ponte, apenas a ponte para uma expressão da Vida que o espírito anseia completar. E o pequeno ensina ao grande..."

Alguns agradecimentos especiais:
A minha mãe: que tem o poder de consolar o meu coração
A meu pai: o equilíbrio e a segurança de que nunca estou só
A minhas irmãs: amigas eternas, cúmplices. Para elas praticamente não existem segredos
A meus sobrinhos: que são para mim alegria e esperança
E um agradecimento, me perdoem os demais, ainda mais especial
a Marcus: fonte de força, coragem, vontade de viver. Companheiro desta e de tantas outras batalhas já travadas e que ainda iremos travar...
E o maior de todos agradecimentos a Deus que me permitiu ter todos estes espíritos ao meu redor...

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